Higiene Oral e Paralisia Cerebral
A Paralisia Cerebral é uma encefalopatia crónica não progressiva, estando incluídos neste grupo os pacientes que apresentam distúrbios de movimento ou de postura (paresias, hipercinesias e incoordenações).
Os
pacientes com paralisia cerebral pelas alterações que estão inerentes à sua
condição física estão sujeitos ao desenvolvimento das doenças causadas
pela placa bacteriana, essencialmente a cárie dentária e a doença Periodontal.
Esses
problemas acontecem essencialmente por alguns motivos dos quais destacamos:
–
O facto de serem regra geral respeitadores bucais, o que deixa a cavidade oral
mais seca, diminuindo a acção preventiva da saliva.
Isso faz por exemplo que as gengivas fiquem
muito secas o que aumenta a possibilidade de hemorragia.
–
Apresentam dificuldades na mastigação. Isto é mau por dois motivos. Por um lado
não existe a estimulação da mastigação o que torna a auto limpeza oral que
ocorre aquando da mastigação não ocorra com tanta eficiência. Com frequência a
alimentação incluí alimentos pastosos e açucarados o que aumenta a propensão à
cárie dentária. Um terceiro motivo é que se a higiene oral não for eficiente a
comida ficará muito tempo na cavidade oral aumentando deste modo a acção das
bactérias da placa bacteriana.
–
Alguns dos medicamentos anti-convulsivos que ingerem com frequência provocam a
hiperplasia gengival.
–
Alterações a nível do tónus muscular e sensoriais com frequência fazem com que
a abertura da boca torne difícil a higiene oral, como por exemplo o
posicionamento da escova e a colocação do fio dentário.
–
a ausência do controlo salivar pode fazer com que exista dificuldade em manter
a quantidade ideal de saliva. Isso poderá fazer com que a quantidade de saliva
presente na boca não seja suficiente para manter o pH normal da boca.
–
Uma dieta rica em alimentos cariogénicos (essencialmente rica em açucares, tais
como papas e xaropes).
Pelos
motivos supracitados, existe a necessidade de motivar os cuidadores do paciente
com Paralisia cerebral da necessidade de manutenção de uma boa higiene oral.
Por vezes, a mesma pode ser difícil visto que a mesma deve ser realizada duas
ou mais vezes ao dia, e as dificuldades com restantes tratamentos que o
paciente precisa pode diminuir a vontade de se proceder à Higiene Oral. Para
facilitar a Higiene Oral pode ser feito uso de uma pasta dentífrica em gel em
vez de uma pasta convencional. Isto facilitará também o final da escorregam,
visto que a ausência de espuma elimina a necessidade de se cuspir ou bochechar
após a escovagem. O facto da mesma fazer menos espuma poderá facilitar os
procedimentos orais. Regra geral, o paciente é colaborador, e pode ficar
ansioso se não conseguir colaborar. Um aspeto muito importante na escovagem é um bom controlo da cabeça.
O mesmo pode ser feito por se posicionar atrás do utente, e segurar a cabeça.
Depois, é importante que a escova seja adequada à boca do utente. Na maioria
dos casos, uma escova de criança é o ideal, visto que o seu menor tamanho
facilita a entrada e movimentação da boca dentro da cavidade oral. Também torna
mais fácil que o cuidador consiga chegar com a escova aos dentes posteriores e
efetue uma correta higienizarão da região. Ao escovar é importante escovar bem
a região do sulco gengival, que existe entre a gengiva e o dente. Além da
escovagem é fundamental que a partir dos 7 anos, ou até antes, se use também o
fio dentário. Este também poderá ser feito por se posicionar atrás do paciente
e com os dedos médios segurar o fio dentário. Em casos em que é difícil para o
cuidador esta técnica outros meios como o porta fio podem ser usados para
complementar a escovagem. Semestralmente deverá ser avaliada a necessidade de
se efetuar Flúor tópico, como por exemplo vernizes de flúor ou o ácido
ortofosfórico.
Exige-se
também a estes pacientes o acompanhamento por parte do profissional de saúde dentária.
Em vista da maior susceptibilidade os períodos deverão ser um pouco menores que
o convencional.
HIGIENE ORAL NA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL
Com qualquer criança, uma boa
saúde oral depende de alguns cuidados diários a ter, tais como: a higiene oral(escovagem
dos dentes).
No entanto, na criança com paralisia cerebral, pelas alterações inerentes à patologia de base, estas apresentam muitas vezes difucldades no comer e no beber e são estas mesmas que requerem maior atenção no que se trata à saúde oral, porque:
No entanto, na criança com paralisia cerebral, pelas alterações inerentes à patologia de base, estas apresentam muitas vezes difucldades no comer e no beber e são estas mesmas que requerem maior atenção no que se trata à saúde oral, porque:
- apresentam um padrão
respiratório predominantemente oral, o que leva as gengivas a ficarem muito
secas, provocando irritação e possiveis hemorragias;
- têm dificuldades de
alimentação e a necessidade de usar uma dieta pastosa, que por sua vez reduz a
estimulação dos dentes e gengivas;
- necessitam de ingerir, em
alguns casos, medicamentos anti-convulsivos que podem causar o crescimento
anormal das gengivas por cima dos dentes;
- as alterações sensoriais e
as alterações do tónus muscular caracteristicos de um quadro de paralisia
cerebral, pode tornar a atividade de lavar os dentes muito dificil;
- a utilização de dietas ricas
em açúcar, contribui para o aparecimento de cáries precoces nestas crianças.
- a ausência do controlo da
saliva irá resultar num pobre fornecimento de saliva dentro da boca, não a
mantendo limpa e humedecida,
Por isso, é fundamental
incentivar precocemente a lavagem das gengivas e dos dentes a estas crianças,
ajudando os pais a cumprirem este objetivo, tendo sempre em conta que para além
do aspeto da saúde oral a higiene oral traduz-se também numa abordagem terapêutica.
Pois estimula, normalizando a sensibilidade e tonus intra-oral e facilitando
posturas das estruturas orais mais adequadas a alimentação. ajudando a criança
a tolerar alimentos com diferentes texturas e consistências dentro da boca.
O procedimento para a higiene oral deverá
ser o seguinte:
• para as crianças sem dentição, deve-se limpar as gengivas e retirar os resíduos alimentares com uma compressa. Esta pode ser embebida em tantum verde ou apenas em água. Os movimentos na gengiva com a compressa devem ser rotativos, no sentido do relógio, do meio para trás, nas gengivas internas e externas. Não nos podemos esquecer que os dentes necessitam de gengivas sãs para os suportar;
• nas crianças com dentição, os movimentos executados com a escova nos dentes, interior e exteriormente, são basicamente os mesmos que se fazem com a compressa;
•a pressão é variável conforme a criança (+ sensibilidade + pressão / – sensibilidade – pressão) e com rapidez.
Outros aspetos a ter em conta são:
• para as crianças sem dentição, deve-se limpar as gengivas e retirar os resíduos alimentares com uma compressa. Esta pode ser embebida em tantum verde ou apenas em água. Os movimentos na gengiva com a compressa devem ser rotativos, no sentido do relógio, do meio para trás, nas gengivas internas e externas. Não nos podemos esquecer que os dentes necessitam de gengivas sãs para os suportar;
• nas crianças com dentição, os movimentos executados com a escova nos dentes, interior e exteriormente, são basicamente os mesmos que se fazem com a compressa;
•a pressão é variável conforme a criança (+ sensibilidade + pressão / – sensibilidade – pressão) e com rapidez.
Outros aspetos a ter em conta são:
- Utilizar uma escova com um
tamanho adequado à sua boca e de pelos mais macios, para não provocar dor;
- procurar a ajuda de
especialistas sempre que necessário e surgirem dúvidas
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