Resumo do Livro: O brincar e suas teorias - Kishinomoto. Tizuko Morchida

Olá pessoal, segue abaixo o resumo do livro: O brincar e suas teorias da autora Tizuko Morchida Kishinomoto.

KISHINOMOTO. TIZUKO MOROCHIDA ( ORG.) o BRINCAR E SUAS TEORIAS. CENGAGE. 2010.

A CRIANÇA E A CULTURA LÚDICA
O brincar é visto por todas as escolas o espaço da criação cultural, Winnicot diz que o brincar é essencial porque brincando o paciente se mostra criativo.
A criança que brinca cria um mundo particular onde transporta o mundo em que vive para um mundo novo.
O brincar é individual a cada criança devendo ser um exercício prazeroso, segundo Freud se a brincadeira não for prazerosa a criança não esta brincando.
A atividade do brincar é dotada de significação social necessitando de aprendizagem.

O ENRAIZAMENTO SOCIAL DO JOGO
O brincar varia de acordo com cada cultura onde cada uma determina o que designavel como jogo.
Anteriormente havia a ideia que o brincar é uma atividade que se opõe ao trabalhar sendo caracterizada por futilidade e oposição ao que é sério.
Seja como for o jogo consiste em uma interpretação das atividades humanas, em uma cultura que dê sentido ao jogo.
A criança, longe de saber brincar, deve aprender a brincar e as brincadeiras de bebes entre a mamãe e a criança são indiscutivelmente um dos lugares essenciais dessas aprendizagens.
* A criança entra no jogo mais como um brinquedo do que um parceiro; e 
* A seguir ela torna-se uma parceira assumindo o mesmo papel da mãe, mesmo que de forma desajeitada, por exemplo, nas brincadeiras de esconder o corpo. Nisso ela aprende características essenciais do jogo: o aspecto fictício, inversão de papéis, a repetição que mostra que a brincadeira não modifica a realidade ( sempre é possível voltar ao inicio) e a necessidade de acordo entre parceiros.
O jogo não é um lugar de criação cultural, mas um produto da cultura, precisa-se primeiramente aprender aquilo que se relaciona com o jogo para depois aplicar as competências adquiridas e outros terrenos não lúdicos da vida( é necessário aprender a a contar para depois participar de jogos que usam números, podemos chamar isso de pré - requisitos).
existe uma cultura em uma cultura lúdica conjuntos de regras e significações próprias do jogo que o jogador adquire e domina no contexto de seu jogo, o jogo é o enriquecimento da cultura lúdica.

TENTATIVA DE DESCRIÇÃO DA CULTURA LÚDICA
A cultura lúdica é um conjunto de procedimentos que permitem tornar o jogo possível. Dispor de uma cultura lúdica é dispor de certo numero de referencias que permitem interpretar como jogos atividades que poderiam não ser vista como tais por outras pessoas, como por exemplo, uma briga lúdica no recreio.
A cultura lúdica é então composta de um certo numero de esquemas que permitem imitar a brincadeira, já que se trata de produzir uma realidade diferente daquela que a vida cotidiana: os verbos no imperfeito, as quadrinhas, os gestos estereotipados do inicio da brincadeira compõe aquele vocabulário cuja aquisição é indispensável ao jogo.
A cultura lúdica também compreende a imitação e / ou a ficção em que a criança dispõe de esquemas que são uma observação da realidade e se apodera de elementos da cultura do meio ambiente da criança para aclimatá-la ao jogo ( Brincar de papai e mamãe ou imitar o superman)
Essa cultura diversifica-se de acordo:
*A cultura em que a criança esta inserida;
*O meio social;
*Sexo da criança, e 
*Idade.
Pode-se analisar em nossa época o desenvolvimento de formas solitárias de jogos, uma das características de nosso tempo é a multiplicação dos brinquedos ( bonecos que ligam ao universo do imaginário, o videogame, etc )
tudo isso mostra a importância do objeto na constituição da cultura lúdica contemporânea.
A imaginação tem um papel crucial nestes nossos tempos. E a infância é a grande fonte da nossa vitalidade imaginária. 
É bem verdade que a imaginação é uma faculdade qe se desenvolve em um contínuo, ao longo de toda a nossa vida.
Mas é também verdade que a imaginação na infância tem uma sensibilidade especial que as crianças tendem a se entregar mais livremente à fantasia, e que da plenitude da experiência imaginária na infância depende em boa parte a saúde psicológica na idade adulta.
"Diante da questão da brincadeira na vida das crianças, é importante descobrir qual é a base da atividade humana, e de onde ela se origina" (SCHNEIDER, Maria Luiza, Fpolis. 2004).
De acordo com Vygostsky, a fonte da atividade lúdica é a mesma da ação criadora, que reside sempre na inadaptação, fonte de necessidades, anseios e desejos. Dessa forma, na origem do jogo entrelaçam-se momentos de tensão na criança, pelo fato de esta experimentar necessidades que não podem ser satisfeitas, pela tendência da criança de buscar satisfação imediata das suas necessidades e desejos e , também pela diminuição da sua capacidade de esquecer a insatisfação de outras necessidades, que é possível às transformações ocorridas em sua memória.
Quando a criança brinca, ela cria uma situação imaginária. Nessa situação, o primeiro ela imita o comportamento do adulto tal como observa, à medida que deixa de repetir por imitação, passa a realizar a atividade conscientemente, criando novas possibilidades e combinações.
As situações imaginárias estão interligadas com capacidade de imitação trazendo consigo regras de comportamento ocultas advindas das formas culturalmente constituídas pelos homens na relação com as crianças. Nesse contexto o jogo de papéis deve ser considerado uma atividade cultural.
Vigotsky considera que a essência da brincadeira é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo de percepção visual. As duas funções básicas da linguagem de intercâmbio social e de pensamento generalizante possibilitam o salto qualitativo para o desenvolvimento da criança. A criança vai abandonando o campo perceptivo imediato e vai ingressando no campo dos significados.
A atividade lúdica da criança reflete uma relação constante entre a realidade e a fantasia permitindo indicar que o jogo de papéis tem como característica a libertação e a imersão do real.
Segundo Giles Brougére ( Os brinquedos e a socialização da criança, 995 p. 66), " para brincar existe uma cordo sobre as regras ou uma construção de regras. è o caso das brincadeiras simbólicas, que supõem um acordo sobre papéis e atos, onde as regras são produzidas à medida que se desenvolve a brincadeira. Uma regra de brincadeira só tem valor se for aceita por aqueles que brincam e só valem durante a brincadeira".
A brincadeira faz com que a criança experimentem situações, descobertas,, criatividade e é, portanto um espaço social que surge em consequência de uma aprendizagem social. É um meio de educação da criança, pois ela arrisca situações e comportamentos. Em qualquer processo de brincadeira a criança esta aprendendo alguma coisa. A brincadeira é lúdica e prazerosa, sai da realidade e é transferida para o mundo com seus personagens,sua cor, seus desejos, e por isso a brincadeira é modelada pela cultura.
O faz de conta permite não só a entrada do imaginário, mas a expressão de regras implicitas que se materializam nos temas da brincadeiras.É importante registrar que o conteúdo do imaginário provém de experiências anteriores adquiridas pelas crianças em diferentes contextos, incluindo a família e o seu círculo de relacionamento.
"Brincar é o oficio da criança. Tradicionalmente, este oficio tem apresentado o brincar como algo a que as crianças aderem enquanto esperam para entrar na sociedade e em que são vistas como praticando ou simulando ações reais e relações entre pessoas, numa espécie de cópia da realidade. É esta natureza de faz de conta que, construída socialmente como o traço dominante das brincadeiras, as dissocia da realidade social imediata da qual fazem parte. Brincar seria assim, sinônimo de socialização das crianças no mundo adulto esta equivalente a preparação para a vida pela incorporação antecipada de papéis sociais", diz Manuela Ferreira ( Do avesso do brincar ou as Relações entre pares....p83)
O brincar é um dos meios de realizar e agir no mundo, não unicamente para as crianças se preparem para ele, mas , usando-o como um recurso comunicativo, para participarem na vida cotidiana pelas versões da realidade que são feitas na interação social, dando significado as ações. Brincar é parte integrante da vida social e é um processo interpretativo com uma textura complexa, onde fazer realidade requer negociações do significado, conduzidas pelo corpo e pela linguagem.
Grande parte das brincadeiras e jogos das crianças requer e implica o envolvimento mútuo para que as ações comuns sejam bem sucedidas, cada um dos participantes envolvidos na interação deverá apresentar uma performance de acordo com, e em resposta à do outro, experimentando-se (in) diretamente do ponto de vista das respostas dos outros membros do mesmo sentido de si, assumindo as atitudes

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