Marisca: MOLDE CESTOS COM GARRAFAS PET

Marisca: MOLDE CESTOS COM GARRAFAS PET

eja como fazer cestinhos através de material reciclado, você contribui para um planeta melhor e ainda cria um item bastante útil para sua casa. Confira!
Que tal criar algo bem interessante para guardar várias coisas de um jeito prático em um recipiente bem diferente dos usuais. Você irá fazer uma caixinha que serve como cesto para deixar reservado o que você imaginar. É um cestinho bem charmoso e poderá ser vislumbrado por suas amigas, que possivelmente vão querer também a receita depois de ver este artesanato em sua casa. Veja como fazer!

Créditos: domelhorjeito.blogspot.com

Materiais que você vai precisar

- Tesoura
- Fita crepe
- Quatro garrafas PET cortadas em tiras de 2 cm de largura
- 1 molde (cubo de papel) de 10 cm de largura, de comprimento e de altura. Ou seja: 10 x 10 x10 cm.

Passo a passo


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Primeiramente corte uma tira em uma extensão que seja possível cobrir os dois lados mais o fundo da caixa, de forma a deixar ainda 4 cm de sobra em cada ponta. Faça o ajuste da fita ao molde, fazendo a cobertura dos dois lados e também o fundo. Vinque as sobras de 4 cm para deixar o trabalho mais prático.

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Passe elásticos em torno do molde para fixar bem as fitas. Agora corte mais quatro fitas e faça o ajuste ao molde, como está explicado no começo do passo a passo. Depois você precisa cortar mais cinco fitas para cobrir os dois outros lados do molde.

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Assim que você for passar a primeira fita dessa segunda etapa, será preciso que você entrelace-a na parte de baixo, com as fitas que já estão fixadas. Para fazer isto, é preciso que você faça uma tecelagem simples, passando a fita uma vez por baixo e depois por cima das fitas já colocadas.  Você deve fazer o mesmo com as demais fitas da segunda etapa. É preciso ficar atenta, pois ao fazer o entrelaçamento, quando a fita anterior passou por baixo da trama, a fita atual deverá passar por cima e vice-versa. O estágio posterior será para a confecção das laterais da caixa. Corte cinco fitas em comprimento necessário para cobrir quatro lados, deixando uma sobra de cerca de 10 cm. Na hora que for entrelaçar a primeira fita, faça com que ela fique desencontrada com a fita paralela a ela no fundo da caixa. Ou seja, quando a fita do fundo passar por baixo da trama, a fita da lateral deverá passar por cima e vice-versa. Comece fazendo a tecelagem da direita para a esquerda, parando a ponta da fita na última posição, de forma que ela fique por cima da trama. Agora você precisa segurar a fita nessa posição, pegar outra extremidade e começar a tecer da esquerda para a direita, avançando para o lado seguinte.

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Entrelace a fita em volta de toda a caixa. Quando chegar o momento de fazer o arremate, você irá sobrepor a sobra de fita ao trecho já tramado. A extremidade da fita deverá ficar por baixo da trama. Repita o processo anterior com outras três fitas. Não faça uso da quinta fita por enquanto.

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Pegue a fita restante e faça um corte no meio, sendo no sentido do comprimento. Agora passe as fitas finas pela trama normalmente, seguindo o mesmo método utilizado para as demais. Arremate as sobras na parte de cima da caixa. Para as fitas verticais que estiverem por baixo das horizontais, você irá dobrar a sobra para fora, de forma a ficar rente com a borda da caixa.

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Corte as sobras na altura da terceira fita de cima para baixo e arremate as pontas encaixando-as nas terceira fita. Dobre as demais sobras para fora e faça o corte na altura da terceira fita. Agora só é retirar a caixa do molde e arrematar estas últimas sobras para dentro, fazendo com que elas encaixem na terceira fita. Faça um reforço nos vincos utilizando o alicate. Este instrumento é muito útil para vincar bem as bordas. Para proteger a peça, utilize um pedaço de fita de PET dobrada.

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Tá pronta a sua caixinha feita de fitas de PET. Você escolhe o que vai guardar neste item que pode ser super útil para você. Espero que consigam reproduzir os passos em casa. Até a próxima e bons artesanatos!
Informações do passo a passo captadas no site: revistaartesanato.com.br

Figuras de estilos de linguagens

Olá, meus amores estou postando hoje sobre língua portuguesa que costumam cair em prova de concurso, espero ajudar e retirar algumas dúvidas Beijinhos.

Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo, figurado, com o objetivo de ser mais expressivo.

A seguir, as principais figuras de estilo em ordem alfabética:

1 - Anacoluto- interrupção na sequência lógica da oração deixando um termo solto, sem função sintática. 

Ex.: Mulheres, como viver sem elas?

2 - Anáfora- repetição de palavras. 

Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é mãe, ela é pai, ela é tudo!

3 - Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou característica que o distinga. É o mesmo que apelidado, alcunha ou cognome. 
Exemplos.:

Xuxa (Maria das Graças)
O Gordo (Jô Soares)

4 - Antítese - aproximação de ideias, palavras ou expressões de sentidos opostos. 

Ex.: Os bobos e os espertos convivem no mesmo espaço.

5 - Apóstrofo ou invocação - invocação ou interpelação de ouvinte ou leitor, seres reais ou imaginários, presentes ou ausentes. 
Exemplos.:

Mulher, venha aqui! 

Ó meu Deus! Mereço tanto sofrimento?

6 - Assíndeto - ausência da conjunção aditiva entre palavras da frase ou orações de um período. Essas aparecem justapostas ou separadas por vírgulas. 

Ex.: Nasci, cresci, morri. 
(ao invés de: Nasci, cresci e morri.)

7 - Catacrese - metáfora tão usada que perdeu seu valor de figura e se tornou cotidiana, não representando mais um desvio. Isso ocorre pela inexistência das palavras mais apropriadas. Surge da semelhança da forma ou da função de seres, fatos ou coisas. 

Exemplos.: céu da boca; cabeça de prego; asa da xícara; dente de alho.

8 - Comparação ou símile - aproximação de dois elementos realçando pela sua semelhança. Conectivos comparativos são usados: como, feito, tal qual, que nem... 

Ex.: Aquela criança era delicada como uma flor.

9 - Elipse - omissão de palavras ou orações que ficam subentendidas. 

Ex.: Marta trabalhou durante vários dias e ele, (trabalhou) durante horas.

10 - Eufemismo - atenuação de algum fato ou expressão com objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante ou desagradável. 

Ex.: Ele foi desta para melhor. 
(evitando dizer: Ele morreu.)

11 - Hipérbole - exagero proposital com objetivo expressivo.

Ex.: Estou morrendo de cansada.

12 - Ironia - forma intencional de dizer o contrário da ideia que se pretendia exprimir. O irônico é sarcástico ou depreciativo. 

Ex.: Que belo presente de aniversário! Minha casa foi assaltada.

13 - Metáfora - é um tipo de comparação em que o conectivo está subentendido. O segundo termo é usado com o valor do primeiro.

Ex.: Aquela criança é (como) uma flor.

14 - Metonímia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de sentido.

A metonímia pode ocorrer quando usamos:

a - o autor pela obraEx.: Nas horas vagas, lê Machado. 
(a obra de Machado)

b - o continente pelo conteúdo
Ex.: Conseguiria comer toda a marmita.Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita (continente)

c - a causa pelo efeito e vice-versaEx.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição naquela comunidade.
A fome gerada pela falta de trabalho que causa a desnutrição.

d - o lugar pelo produto feito no lugarEx.: O Porto é o mais vendido naquela loja.
O nome da região onde o vinho é fabricado

e - a parte pelo todoEx.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando.
Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo.

f - a matéria pelo objetoEx.: A porcelana chinesa é belíssima.
Porcelana é a matéria dos objetos

g - a marca pelo produtoEx.: - Gostaria de um pacote de Bom Bril por favor.
Bom Bril é a marca, o produto é esponja de lã de aço.

h - concreto pelo abstrato e vice-versaEx.: Carlos é uma pessoa de bom coração
Coração (concreto) está no lugar de sentimentos (abstrato) 

15 - Onomatopeia – uso de palavras que imitam sons ou ruídos. 

Ex.: Psiu! Venha aqui!

16 - Paradoxo ou oxímoro - Aproximação de palavras ou ideias de sentido oposto em apenas uma figura. 

Ex.: "Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo." (Carlos Drummond de Andrade)

17 - Personificação, prosopopeia ou animismo – atribuição de características humanas a seres inanimados, imaginários ou irracionais. 

Ex.: A vida ensinou-me a ser humilde.

18 - Pleonasmo ou redundância - repetição da mesma ideia com objetivo de realce. A redundância pode ser positiva ou negativa. Quando é proposital, usada como recurso expressivo, enriquecerá o texto:

Ex.: Posso afirmar que escutei com meus próprios ouvidos aquela declaração fatal.

Quando é inconsciente, chamada de “pleonasmo vicioso”, empobrece o texto, sendo considerado um vício de linguagem: Irá reler a prova de novo.
Outros: subir para cima; entrar para dentro; monocultura exclusiva; hemorragia de sangue.

19 - Polissíndeto - repetição de conjunções (síndetos). 

Ex.: Estudou e casou trabalhou e trabalhou...

20 - Silepse - concordância com a ideia, não com a forma. 

Ex.: Os brasileiros (3ª pessoa) somos (1ª pessoa) massacrados – Pessoa.

Vossa Santidade (fem.) será homenageado (masc.) – Gênero.

Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plur.) desesperadamente – Número.

21 - Sinestesia - mistura das sensações em uma única expressão. 

Ex.: Aquele choro amargo e frio me espetava.
Mistura de paladar (amargo) e tato (frio, espetava)

O que é crônica?

O que é Crônica:

Crônica é uma narrativa histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica. A palavra crônica deriva do grego "chronos" que significa "tempo". Nos jornais e revistas, a crônica é uma narração curta escrita pelo mesmo autor e publicada em uma seção habitual do periódico, na qual são relatados fatos do cotidiano e outros assuntos relacionados a arte, esporte, ciência etc.
Os cronistas procuram descrever os eventos relatados na crônica de acordo com a sua própria visão crítica dos fatos, muitas vezes através de frases dirigidas ao leitor, como se estivesse estabelecendo um diálogo. Alguns tipos de crônicas são a jornalística, humorística, histórica, descritiva, narrativa, dissertativa, poética e lírica. Uma crônica relata acontecimentos de forma cronológica e várias obras da literatura são designadas com esse nome, como por exemplo: Crônica de um Amor Louco (de Charles Bukowski) e Crônica de uma Morte Anunciada (da autoria de Gabriel García Márquez).
crônica argumentativa consiste em um tipo mais moderno de crônica, no qual o cronista expressa o seu ponto de vista em relação a uma problemática da sociedade. Neste caso específico, a ironia e o sarcasmo são frequentemente usados como instrumento para transmitir uma opinião e abordar um determinado assunto.
Na crônica humorística, o cronista escreve o texto apresentando uma visão irônica e bem humorada dos acontecimentos. Na literatura brasileira, escritores brasileiros que se destacam neste tipo de narrativa são Fernando Sabino, Luis Fernando Verissimo, Millôr Fernandes. Alguns outros famosos cronistas são Arnaldo Jabor, Martha Medeiros, Rubem Braga, entre outros.
No contexto de relação com o tempo, surgem as chamadas "doenças crônicas", um indicativo de que tais doenças podem acompanhar o indivíduo ao longo da sua vida.

Crônicas de Gelo e Fogo

As Crônicas de Gelo e Fogo (em inglês: A Song of Ice and Fire) é uma série de livros do gênero fantasia épica da autoria do escritor norte-americano George R. R. Martin. Os livros deram origem a um famoso seriado americano chamado A Guerra dos Tronos. Esta série é composta por sete livros, dos quais cinco já foram lançados. O autor prevê que o sexto será lançado em 2014.
1º - A Guerra dos Tronos;
2º - A Fúria dos Reis;
3º - A Tormenta das Espadas;
4º - Um Banquete para Corvos;
5º - Uma Dança Com Dragões;
6º - Os Ventos do Inferno;
7º - Um Sonho de Primavera.

Crônicas Saxônicas

Crônicas Saxônicas (em inglês: The Saxon Stories) é uma série de livros da autoria do escritor britânico Bernard Cornwell, famoso por ter escrito "As Aventuras de Sharpe", "As Crônicas de Artur" e "A Busca do Graal".
Seis livros pertencentes às Crônicas Saxônicas já foram lançados no Brasil: O Último Reino (2006), O Cavaleiro da Morte (2007), Os Senhores do Norte (2007) e A Canção da Espada (2008), Terra em Chamas (2010) e Morte dos Reis (2012).

As Crônicas de Nárnia

As Crônicas de Nárnia (The Chronicles of Narnia, no caso do título original em inglês), é uma série de sete livros de fantasia, escrita pelo autor britânico C. S. Lewis. Os livros abordam temas cristãos e  contém aventuras com elementos da mitologia grega e nórdica. Os três primeiros livros foram adaptados para o cinema.
Os sete livros da séries são os seguintes: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, Príncipe Caspian, A Viagem do Peregrino da Alvorada, A Cadeira de Prata, O Cavalo e seu Menino, O Sobrinho do Mago, A Última Batalha.

O que é Fábula?

O que é Fábula:

Fábula é uma composição literária em que os personagens são geralmente animais, forças da natureza ou objetos, que apresentam características humanas, tais como a fala, os costumes, etc. Estas histórias são geralmente feitas para crianças e terminam com um ensinamento moral de caráter instrutivo.fábula
A fábula é uma narrativa em prosa ou poema épico breve de caráter moralizante, protagonizado por animais, plantas ou até objetos inanimados. Contém geralmente uma parte narrativa e uma breve conclusão moralizadora, onde os animais se tornam exemplos para o ser humano, sugerindo uma verdade ou reflexão de ordem moral.
A fábula teve a sua origem no Oriente, onde existe uma vasta tradição, passando depois para a Grécia, onde foi cultivada por Hesíodo, Arquíloco e sobretudo Esopo. Neste período o gênero ainda pertencia à tradição oral. Foram os romanos, entre os quais sobressai Fedro, que inseriram a fábula na literatura escrita.
Cada animal simboliza algum aspeto ou qualidade do homem como, por exemplo, o leão representa a força; a raposa, a astúcia; a formiga, o trabalho, é uma narrativa com fundo didático. Quando os personagens são seres inanimados ou objetos, a fábula recebe o nome de apólogo.
Algumas das fábulas mais conhecidas são: a cigarra e a formiga, a raposa e as uvas, a lebre a a tartaruga e o leão e o ratinho.
Os mais famosos escritores de fábulas são Esopo, Fedro e La Fontaine. Este último, criou uma obra-prima intitulada "Fábulas", dividida em 12 livros, onde o autor usa linguagem ágil e expressiva para analisar com mestria a alma e a natureza do ser humano. Escritas em verso livre e publicadas entre 1668 e 1694, as Fábulas contêm uma crítica lúcida e satírica à sociedade do final do século XVII, mas podem ser aplicadas nos dias de hoje.
No Brasil o mais conhecido fabulista é Monteiro Lobato, autor das fábulas "a coruja e a águia", "o cavalo e o burro", "o corvo e o pavão", entre outras.
As fábulas são normalmente transmitidas por pais, professores, até políticos e figuras públicas, e estão em livros, peças de teatro, filmes, e em várias outras formas de comunicação.
Em sentido figurado, a palavra fábula pode significar mentira ou farsaEx: Não estamos mais namorando porque eu descobri que tudo o que ela me disse não passava de uma fábula.

Discurso direto e indireto

Discurso Direto e Indireto

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discurso é direto quando são as personagens que falam. O narrador, interrompendo a narrativa, as coloca em cena e cede-lhes a palavra. Exemplo:
"- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do jardim, em Santa Teresa.
- Depois do almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis. Mas não é tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro horas e meia.
- Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura."

(Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV)
IlustraçãoNo discurso indireto não há diálogo, o narrador não põe aspersonagens a falar diretamente, mas faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram. Exemplo:
"A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo."
Para você ver como fica fácil vou passar o exemplo acima para o discursodireto:
- Desejo muito conhecer Carlota - disse-me Glória, a certo ponto da conversação. Por que não a trouxe consigo?
Veja mais:

Tipos de Discurso

As falas - ou discursos - podem ser estruturadas de duas formas básicas, dependendo de como o narrador as reproduz: o discurso direto e o discurso indireto.

Discurso Direto

discurso direto caracteriza-se pela reprodução fiel da fala do personagem.
COISA INCRÍVEIS NO CÉU E NA TERRA
De uma feita, estava eu sentado sozinho num banco da Praça da Alfândega quando começaram a acontecer coisas incríveis no céu, lá para as bandas da Casa de Correção: havia uns tons de chá, que se foram avinhando e se transformaram nuns roxos de insuportável beleza. Insuportável, porque o sentimento de beleza tem de ser compartilhado. Quando me levantei, depois de findo o espetáculo, havia umas moças conhecidas, paradas à esquina da Rua da Ladeira.
- Que crepúsculo fez hoje! - disse-lhes eu, ansioso de comunicação.
- Não, não reparamos em nada - respondeu uma delas. - Nós estávamos aqui esperando Cezimbra.

E depois ainda dizem que as mulheres não têm senso de abstração...
Mário Quintana
As falas do personagem-narrador e de uma das moças, reproduzidas integralmente e introduzidas por travessão, são exemplos do discurso direto. No discurso direto, a fala do personagem é, via de regra, acompanhada por um verbo de elocução, seguido de dois-pontos. Verbo de elocução é o verbo que indica a fala do personagem: dizer, falar, responder, indagar, perguntar, retrucar, afirmar, etc.
No exemplo apresentado, o autor utiliza verbos de elocução ("disse-lhes eu", "respondeu uma delas), mas abre mão dos dois-pontos.
Numa estrutura mais tradicional teríamos:
"... havia umas moças conhecidas, paradas à esquina da Rua da Ladeira. Ansioso de comunicação, disse-lhes eu:
- Que crepúsculo fez hoje!

Respondeu-me uma delas:
- Não, não reparamos em nada."

Discurso Indireto

discurso indireto ocorre quando o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de um personagem.
No discurso indireto também temos a presença de verbo de elocução (núcleo do predicado da oração principal), seguido de oração subordinada (fala do personagem). É o que ocorre na seguinte passagem.
"Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, acordou o marido e disse que havia sonhado que iria faltar feijão. Não era a primeira vez que esta cena ocorria. Dona Abigail consciente de seus afazeres de dona-de-casa vivia constantemente atormentada por pesadelos desse gênero. E de outros gêneros, quase todos alimentícios. Ainda bêbado de sono o marido esticou o braço e apanhou a carteira sobre a mesinha de cabeceira: 'Quanto é que você quer?'"
NOVAES, Carlos Eduardo. O sonho do feijão.
Nesse trecho, temos a fala (discurso) de dois personagens: a do marido ('Quanto é que você quer') e a de Dona Abigail que disse ao marido "que havia sonhado que iria faltar feijão".
Ao contrário da fala do marido, em que o narrador reproduz fielmente as palavras do personagem, a fala de Dona Abigail não é reproduzida como as palavras que ela teria utilizado naquele momento. O narrador é quem reproduz com suas próprias palavras aquilo que Dona Abigail teria dito. Temos aí um exemplo de discurso indireto.
Veja como ficaria o trecho acima se fosse utilizado o discurso direto:
"Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, acordou o marido e disse-lhe:
- Sonhei que vai faltar feijão."
Verifique que, ao transformar o discurso indireto em discurso direto, o verbo de elocução (disse) se manteve, o conectivo (que) desapareceu e a fala da personagem passou a ser marcada por sinal de pontuação.
Veja, ainda, que o verbo sonhar, que no discurso indireto se encontrava no pretérito mais-que-perfeito composto (havia sonhado), no discurso direto passa para o pretérito perfeito simples (sonhei), e o verbo ir, que no discurso indireto estava no pretérito (iria), nodiscurso direto aparece no presente do indicativo (vai).
Repare que o tempo verbal, no discurso indireto, será sempre passado em relação ao tempo verbal do discurso direto. Reproduzimos, a seguir, um quadro com as respectivas relações:
Verbo no presente do indicativo:- Não bebo dessa água - afirmou a menina.
Verbo no pretérito imperfeito do indicativo:- A menina afirmou que não bebia daquela água.
Verbo no pretérito perfeito:- Perdi meu guarda-chuva - disse ele.
Verbo no pretérito mais-que-perfeito:Ele disse que tinha perdido seu guarda-chuva.
Verbo no futuro do indicativo:- Irei ao jogo.
Verbo no futuro do pretérito:Ele confessou que iria ao jogo.
Verbo no imperativo:- Aplaudam! - ordenou o diretor.
Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo:O diretor ordenou que aplaudíssemos.

Discurso Indireto Livre

Finalmente, há um caso misto de reprodução das falas dos personagens em que se fundem palavras do narrador e palavras dos personagens; trata-se do discurso direto livre. Observe a seguinte passagem do romance As meninas, de Lygia Fagundes Telles.
"Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe tão leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha de capuz vermelho. Então ela sacode de novo. 'Assim tenho neve o ano inteiro'. Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acha lindo a neve. Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes."
Na forma do discurso direto, teríamos:
"Então ela sacode de novo e diz:
- Assim tenho neve o ano inteiro.
Mas por que neve o ano inteiro?"
Na forma do discurso indireto, teríamos:
"Então ela sacode de novo e diz que assim tem neve o ano inteiro."
Outro Exemplo

Discurso Direto

- Bom dia. Estou procurando um vestido para minha mulher.
- O senhor sabe o número dela?
- Ela é meio gordinha.
- O maior tamanho que temos é 44.
- Acho que é esse o número dela. Ou 44 ou 88.
- Vou apanhar uns modelos para o senhor ver.

Discuro Indireto (conta com o narrador)

O homem entrou na loja, saudou o vendedor e lhe disse que estava procurando um vestido para sua mulher. O vendedor lhe perguntou o número e ele apenas disse que sua mulher era um pouco gorda, ao que o vendedor respondeu que o maior número que tinham na loja era o 44. O homem afirmou que esse era o número dela, mas que também podia ser o 88. O vendedor saiu e foi buscar alguns modelos para que o homem pudesse vê-los."
Veja mais ainda:
Aí vai tudo o que você precisa saber sobre o assunto, diretamente de um dos maiores gramáticos brasileiros: Celso Cunha:

Discurso direto

Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de Andrade:
"O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele - "Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!..."
verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim, deixou-o expressar-se "Lá na língua dele", reproduzindo-lhe a fala tal como ele a teria organizado e emitido.
A essa forma de expressão, em que o personagem é chamado a apresentar as suas próprias palavras, denominamos discurso direto.
Observação
No exemplo anterior, distinguimos claramente o narrador, do locutor, o guaxinim.
Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de Riobaldo, o personagem-narrador do romance de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
"Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso do que em primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?"
Ou, também, nestes versos de Augusto Meyer, em que o autor, liricamente identificado com a natureza de sua terra, ouve na voz do Minuano o convite que, na verdade, quem lhe faz é a sua própria alma:
"Ouço o meu grito gritar na voz do vento:
- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!"

Características do discurso direto

1. No plano formal, um enunciado em discurso direto é marcado, geralmente, pela presença de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar, sugerir, perguntar, indagar ou expressões sinônimas, que podem introduzi-lo, arrematá-lo ou nele se inserir:
"E Alexandre abriu a torneira:
- Meu pai, homem de boa família, possuía fortuna grossa, como não ignoram." (Graciliano Ramos)
"Felizmente, ninguém tinha morrido - diziam em redor." (Cecília Meirelles)
"Os que não têm filhos são órfãos às avessas", escreveu Machado de Assis, creio que no Memorial de Aires. (A.F. Schmidt)
Quando falta um desses verbos dicendi, cabe ao contexto e a recursos gráficos - tais como os dois pontos, as aspas, o travessão e a mudança de linha - a função de indicar a fala do personagem. É o que observamos neste passo:
"Ao aviso da criada, a família tinha chegado à janela. Não avistaram o menino:
- Joãozinho!
Nada. Será que ele voou mesmo?"
2. No plano expressivo, a força da narração em discurso direto provém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, fazendo emergir da situação o personagem, tornando-o vivo para o ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador desempenha a mera função de indicador das falas.
Daí ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos diários de comunicação e nos estilos literários narrativos em que os autores pretendem representar diante dos que os lêem "a comédia humana, com a maior naturalidade possível". (E. Zola)

Discurso indireto

1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis:
"Elisiário confessou que estava com sono."
Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso direto, o narrador incorpora aqui, ao seu próprio falar, uma informação do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria sido realmente empregada.
Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indireto.
2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se num só:
"Engrosso a voz e afirmo que sou estudante." (Graciliano Ramos)
Características do discurso indireto
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um verbo declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), as falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração subordinada substantiva, de regra desenvolvida:
"O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tantos doudos no mundo e menos ainda o inexplicável de alguns casos."
Nestas orações, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjunção integrante:
"Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas." (Lima Barreto)
A conjunção integrante falta, naturalmente, quando, numa construção em discurso indireto, a subordinada substantiva assume a forma reduzida.:
"Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoeiro." (Graça Aranha)
2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o emprego do discurso indireto pressupõe um tipo de relato de caráter predominantemente informativo e intelectivo, sem a feição teatral e atualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si o personagem, com retirar-lhe a forma própria da expressão. Mas não se conclua daí que odiscurso indireto seja uma construção estilística pobre. É, na verdade, do emprego sabiamente dosado de um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem da narrativa os mais variados efeitos artísticos, em consonância com intenções expressivas que só a análise em profundidade de uma dada obra pode revelar.

Transposição do discurso direto para o indireto

Do confronto destas duas frases:
"- Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela." (A.F. Schmidt)
"Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia."
verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos elementos do enunciado se modificam, por acomodação ao novo molde sintático.
a) Discurso direto enunciado 1ª ou 2ª pessoa.
"-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir mais." (M. de Assis)
Discurso indireto: enunciado em 3ª pessoa:
"Ela disse que deveria bastar, que ela não se atrevia a pedir mais"
b) Discurso direto: verbo enunciado no presente:
"- O major é um filósofo, disse ele com malícia." (Lima Barreto)
Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito:
"Disse ele com malícia que o major era um filósofo."
c) Discurso direto: verbo enunciado no pretérito perfeito:
"- Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara."(José de Alencar)
Discurso indireto: verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito:
"O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado."
d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente:
"- Virão buscar V muito cedo? - perguntei."(A.F. Schmidt)
Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretérito:
"Perguntei se viriam buscar V. muito cedo"
e) Discurso direto: verbo no modo imperativo:
"- Segue a dança! , gritaram em volta. (A. Azevedo)
Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo:
"Gritaram em volta que seguisse a dança."
f) Discurso direto: enunciado justaposto:
"O dia vai ficar triste, disse Caubi."
Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido pela integrante que:
"Disse Caubi que o dia ia ficar triste."
g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta:
"Pergunto - É verdade que a Aldinha do Juca está uma moça encantadora?" (Guimarães Rosa)
Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta:
"Pergunto se é verdade que a Aldinha do Juca está uma moça encantadora."
h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1ª pessoa (este, esta, isto) ou de 2ª pessoa (esse, essa, isso).
"Isto vai depressa, disse Lopo Alves."(Machado de Assis)
Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele, aquela, aquilo).
"Lopo Alves disse que aquilo ia depressa."
i) Discurso direto: advérbio de lugar aqui:
"E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta, concluindo:
- Aqui, não está o que procuro."(Afonso Arinos)
Discurso indireto: advérbio de lugar ali:
"E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta, concluindo que ali não estava o que procurava."

Discurso indireto livre

Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um terceiro processo de reprodução de enunciados, resultante da conciliação dos dois anteriormente descritos. É o chamado discurso indireto livre, forma de expressão que, ao invés de apresentar o personagem em sua voz própria (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a impressão de que passam a falar em uníssono.
Comparem-se estes exemplos:
"Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!
Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qualquer urubu... que raiva... " (Ana Maria Machado)
"D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos." (Graciliano Ramos)
"O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da espinha.
Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha doméstica nem a dos campos possuíam salvação.
Perdido... completamente perdido..."
( H. de C. Ramos)

Características do discurso indireto livre

Do exame dos enunciados em itálico comprova-se que o discurso indireto livre conserva toda a afetividade e a expressividade próprios do discurso direto, ao mesmo tempo que mantém as transposições de pronomes, verbos e advérbios típicos do discurso indireto. É, por conseguinte, um processo de reprodução de enunciados que combina as características dos dois anteriormente descritos.
1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto livre "pressupõe duas condições: a absoluta liberdade sintática do escritor (fator gramatical) e a sua completa adesão à vida do personagem (fator estético) " (Nicola Vita In: Cultura Neolatina).
Observe-se que essa absoluta liberdade sintática do escritor pode levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestações dos locutores com a simples narração. Daí que, para a apreensão da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ganhe em importância o papel do contexto, pois que a passagem do que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor é, muitas vezes, extremamente sutil, tal como nos mostra o seguinte passo de Machado de Assis:
"Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descansar; mas o enfermo após alguns minutos, respondeu que não era nada. Perdera o costume de fazer discursos é o que era."
2. No plano expressivo, devem ser realçados alguns valores desta construção híbrida:
a) Evitando, por um lado, o acúmulo de quês, ocorrente no discurso indireto, e, por outro lado, os cortes das oposições dialogadas peculiares ao discurso direto, o discursoindireto livre permite uma narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elaborados;
b) O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e personagem neste molde frásico torna-o o preferido dos escritores memorialistas, em suas páginas de monólogo interior;
c) Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem sempre aparece isolado em meio da narração. Sua "riqueza expressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo parágrafo, com os discursos direto e indireto puro", pois o emprego conjunto faz que para o enunciado confluam, "numa soma total, as características de três estilos diferentes entre si".
Fonte: Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC-FENAME.

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